GALERIA DE ARTES E OFICIOS, DECORAÇÃO COM IDENTIDADE PARA ARQUITECTURA
Pintura . Wall Art
… pôr mãos á obra, ao fazer, ao saber fazer, ao quão dependente estamos delas para materializar o que criamos, ou para simplesmente executarmos algumas funções. a parte que me interessa é precisamente a da criação, a de executar, fazer , produzir algo que não existia até então, e após o ato criativo, sermos capazes de alguma forma tornarmos real essa criação. Nesse ato de execução vamos para além de transformar a matéria a que nos propomos, transformarmo-nos também neste processo, onde quase nos fundimos com os materiais, aí tanto nós como esses materiais vão partilhar energias e sentimentos, que ficarão por um lado, encerrados nos objetos e peças que construímos e por outro, em nós, onde os iremos trabalhar e desenvolver... Cada objeto feito á mão é único, não apenas no seu design, mas na energia que foi partilhada entre si e o seu criador, algures na sua gestação.
Hands
Tudo o que podes fazer com as tuas mãos,
O exercício da ação daquilo que pensaste
… o fazer, com as tuas mãos fazes, tornas real
Dás forma, transformas, ages,
Que outro instrumento tens tu com maior poder para fazer,
Fazer, é disso que se trata, porque para criar, entrego isso á mente de cada um.
As mãos agem, são capazes de tornar em realidade os nossos pensamentos,
Se assim o entenderes, se assim as educares…
Com as mãos, podes agarrar tudo aquilo que quiseres
São estupendas as mãos. Como são as tuas mãos?
Quantas caricias fizeste com as tuas mãos,
Quantos murros deste com as tuas mãos,
Quantos textos escreveste com as tuas mãos,
Quantos desenhos apagaste,
Quantas rugas se cravaram ás tuas mãos,
Quantos calos
Quantas cicatrizes
Quantas feridas…
Quantas vezes deixas livres as tuas mãos
Quantas vezes as escondes?
Porque não deixas que as tuas mãos ajudarem-te a subir?
Deixa que as tuas mãos se agarrem e te amparem quando cais
Deixa que as tuas sintam o chão quando te vão levantar,
Deixa que elas se ergam quando já estás no ar
Não deixes que as tuas mãos acusem, usa-as para dar
Usa-as para tocar, usa-as para dar forma aquilo que criaste,
Usa-as sempre, até que elas sejam capazes de transformar e construir em realidade o que até então eram apenas ideias… faz
Já usaste as tuas mãos? Ou deixaste-as perdidas nos bolsos…
Color matter
Tal pele que é só nossa, que sente de forma ainda mais agreste o ambiente que nos envolve, pele que lentamente se vai adaptando ao passar do tempo, pele que nos veste, nos protege e nos revela. A pele, enrugada pelo tempo, dobrada pelo ar que suavemente passa por ela...
O que és por baixo da pele? Que superfície está abaixo do que não conseguimos ver? O que te suporta, sustenta e mantém? Será esse suporte igual ao que realmente vemos?
Olhos de soslaio como as pálpebras semi serradas, dentes afiados por onde escapam alguns pingos de saliva provocados pela sede e necessidade de sustento, farejas a intenção e inquietude que paralisa aquele corso que fica bloqueado apenas pelo teu olhar …
O que seria se fosse um animal?
Sem dúvidas, um Lobo!
O lobo é naturalmente líder, luta e trabalha pelo seu lugar, cada um dos outros sabe qual é o seu lugar, aceita-o ou luta para chegar a outra posição. E nós, porque não assumimos naturalmente as nossas capacidades? Porque não desenvolvemos as nossas capacidades e superamos a nossa natura.
MATTER matter
Entre a textura e a cor, estabelecem-se relações delicadas entre as quantidades de matéria depositadas sobre cada tela. Procura-se, através do equilíbrio da escala, das cores e dos elementos que se perdem entre ambos, uma forma contida pelos limites da superfície, que dialoga com o espaço que a acolhe. O espaço onde a obra irá viver será sempre diferente daquele onde nasceu; as interações que estabelecerá com os demais elementos e com os ambientes que a rodeiam serão igualmente mutáveis.
Estas telas são abstrações — por serem abstratas, encerram em si o que sinto naquele preciso instante, tornando-se simultaneamente recipiente e expressão de emoções intangíveis. Confundem-se com os sentimentos que emergem das relações criadas pelos olhares que as observam, dando origem a novas conexões.
Assim, cada obra encerra conjuntos diversos de emoções e energias: as do seu criador, impregnadas durante o processo de criação; as do ambiente onde foi concebida; as dos visitantes passageiros que a contemplam; e as dos espaços onde será exposta, vivendo lado a lado com os seus novos donos. É nesta multiplicidade de vivências que a tela ganha vida, tornando-se um organismo que se adapta, interage e evolui com o tempo e os olhares que a atravessam.